quarta-feira, 29 de abril de 2009

LUTA POPULAR NA PUTA QUE PARIU

Uma onda insurrecional do povo fudido, sacudiu as estruturas da Puta Que Pariu.
A porra do Exército foi chamado pelo Governo de Merda, para conter a foda da revolta.

Milhares foram as ruas pra botar pra fuder contra a tirania e a miséria que oprimem o povo fudido. O número de mortos já passa da casa do caralho a quatro.

A Puta Que Pariu tem a buceta mais larga do mundo, só perdendo para alguns cus de países. A merda toda aconteceu, quando o pau no cu do Presidente decretou Estado de Sítio, devido à reação imediata do povo fudido contra o aumento filho da puta de uma caralhada de impostos.

Essa porra toda está fora de controle.

"Fudeu!", afirmou o porta-voz do Governo de Merda da Puta Que Pariu. Uma intervenção internacional através de uma força-tarefa pode fuder mais ainda essa bagaça toda.
O Governo de Merda não descarta a hipótese de fuder tudo com um bombardeio do caralho, contra supostos alvos incitadores que mandaram tomar no cu as instituições do País, incluindo mídia, políticos e militares, todos cagados de medo com a situação arregaçada.

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A fonte deste FURO de reportagem é o Entortacano, do meu amigo das antrolas Juca Sassafrás

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Manifesto Iconoclasta

Reservamos o direito de ter pontos de vista heréticos que você acharia abominável. Nós acreditamos que qualquer um que se sente certo em atacar um individuo que tenha opiniões impopulares pode ir a merda e tomar no cu.

Nos identificamos por nossa paudurescência de desafiar dogmas, teorias, doutrinas ou paradigmas majoritariamente aceitos independentemente das consequências aos nossos status sociais. Temos consciência que nossas posições em relação ao mundo podem resultar em mais impaciência e exigência que o senso comum sugere como inteligente, mas nos encontramos por muitas vezes refutando o senso comum também.

Enquanto geralmente tentamos tomar crenças baseadas em argumentos concisos, evidências empíricas, precedentes históricos ou qualquer combinação dessas coisas, reservamos o direito de brincar de advogado do diabo só para foder com qualquer crença que você possa ter achando ser universalmente aplicável.

Sabemos que o uso original do termo iconoclasta se refere especificamente à destruição de ícones religiosos, mas escolhemos atacar crenças folgadas de qualquer lugar, incluindo mas não limitado à política, arte, religião, filosofia e identidade.

Reservamos o direito de violar quaisqueres termos do mesmo manifesto da maneira que os indivíduos iconoclastas bem quererem.

Reservamos direitos, ponto.

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Este manifesto foi furtado desavergonhadamente do Blog do Pedro Cachaça

Pagando Pau - Dois

Esse blog AQUI paga o maior pau pra ESSE OUTRO BLOG AQUI

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Notícias Populares & Delírio Cotidiano

Inspirado por nossos sempre produtivos colóquios via Pidgin, Santão, ops, Timóteo Pinto, no Santão Ponto Orgue, enalteceu o Big Brother Brasil e fez pior, ou melhor, sei lá, lançou sua canditatura a participante do BBB10, ano que vem. Atenção Mindfufuckers miseráveis, o que podemos fazer fazer em prol desta candidatura?

O Papa DJ está denunciando o fascismo verde lá no Infernato. Leiam com seus próprios Olhos & Estômagos. Euzinho, por enquanto pelo menos, se for falar sobre o assunto perderei o apetite e hoje preciso me alimentar bem, pois me convidaram para uma suruba de noite, preciso estar inteiraço!

Eu ia postar aqui, na sequencia do post anterior, outro texto do Robert Anton Wilson, mas o PUTO do Pedro Cachaça se adiantou nos cometários e além de linkar o texto que eu ia postar, ainda linkou outros que eu nem sabia que já circulava em português. O ato mais digno que consigo imaginar como reação a isso é linkar seu blog e os textos que ele dispôs em forma de coletânea. São eles:

Tim Pin entrevista RAW
As Leis de Celine sobre a Estupidez da Nação
A Abolição da Estupidez
A Dinâmica da Estupidez (esse tem aqui, porra nenhuma de link, Ô negrão!)
NeuroEconomia da Estupidez


E por último, em virtude de um comentário feito neste post, acabei encontrando um novo emprego e, de soleira, outro patrão, como vocês podem bem conferir neste outro post aqui ó. Estou muito entusiasmado com esse meu novo rabo de foguete e devo isso ao Peterson, pelos motivos que deixarei claro num futuro texto a ser publicado aqui mesmo nesse xexelento blog.

Na verdade eu menti, por último mesmo é isso aqui: quando eu tiver Google Earth no meu computador vou querer conhecer o bairro de todo mundo mundo que comenta aqui nessa merda. E nem é tanta gente assim, ora xongas.

Eita! vocês viram meu ÍDOLO ontem no Big Brother?

segunda-feira, 30 de março de 2009

A Dinâmica da Estupidez

por Robert Anton Wilson

Espantalho quer um cérebro. A perspectiva evolucionária sugere que as seguintes proposições possam ser verdadeiras, ou possam servir de princípios de trabalho plausíveis, até que compreendamos melhor o nosso cérebro: A estupidez é parcialmente genética e parcialmente adquirida A porção genética da estupidez está programada em todos nós e consiste no "comportamento mamífero típico", o que quer dizer: uma boa porção do sistema nervoso humano está numa espécie de "piloto automático", tal como no sistema nervoso do chimpanzé‚ que se assemelha ao nosso, ou então para com o sistema nervoso mais distantemente relacionado, da vaca.

Os programas de territorialidade, hierarquia no bando e outros, representam estratégias evolucionárias estáveis e, portanto, funcionam de maneira mecânica, sem a interferência do pensamento racional. Esses sucessos evolucionários relativos se tornaram programas genéticos devido ao fato deles funcionarem suficientemente bem para o mamífero ordinário nos assuntos ordinários dos mamíferos. Eles se transformam em estupidez nos seres humanos, onde os centros-corticais superiores foram desenvolvidos como um sistema de monitoração para injetar técnicas de sobrevivência mais sofisticadas, e para corrigirem os programas estereotipados com outros mais flexíveis.

Em resumo, enquanto um ser humano obedecer aos programas genéticos e do bando primata, sem respeitar ou receber qualquer retorno da córtex, aquele humano está agindo como um macaco, e ainda não encontrou meios de utilizar o novo cérebro.

A porção adquirida da estupidez é o resultado da enculturação, que é o processo pelo qual o sistema nervoso humano, flexível, polivalente, sofre um processo de lavagem cerebral para abandonar a sua flexibilidade, e convencido a imitar (mímica, comportamentos estereotipados, crenças, valores, etc..., da tribo a qual ele pertence.

O comportamento primata somente se modifica sob o impacto de uma nova tecnologia.

Um bando de chimpanzés irá repetir roboticamente os mesmos comportamentos por milênios ou mais; se alguém os ensinar como usar paus para obter alimento ou então uma linguagem de sinais simples, eles irão imediatamente modificar o seu comportamento sob o "choque" dessa nova tecnologia. As sociedades humanas (por exemplo: China, Bizâncio) podem também permanecer estáticas e repetitivas por longos períodos de tempo, até que novas tecnologias desencadeiem novos comportamentos.

Primatas domesticados (humanos) mudaram mais nos últimos cem anos do que em toda a história anteriormente, debaixo do impacto de uma "acelerada aceleração de tecnologias". Os irmãos Wright, Edison, Einstein, Ford, etc..., desencadearam mais modificações de comportamentos do que todos os outros revolucionários políticos deste século, sejam da direita ou esquerda.

Dos pontos anteriores segue-se que a forma mais rápida de modificar o comportamento primata‚ é introduzindo uma nova tecnologia, e que a tecnologia‚ é o remédio mais forte que pode ser administrado para curar a estupidez, ou pelo menos no sentido de aliviá-la um pouco.

O comportamento genético se modifica com muito maior velocidade do que o comportamento adquirido quando uma tecnologia nova é introduzida, porque o código genético contém aquilo que Lorenz denomina de "buracos", ou pontos de vulnerabilidade de Imprint, onde novos imprints (redes de novos circuitosneuro-genéticos) podem ser formados. O choque e a confusão, que são dois subprodutos de uma nova tecnologia, podem disparar este tipo de vulnerabilidade de imprint (vide 'Exo-ps Cholog' de Thimothy Leary e 'How real is real' de Paul Watzlawick) . A inteligência superior é a habilidade de receber, integrar e transmitir novos sinais rapidamente. Isto segue a definição de Wiener em 'Cibernetics', onde para "viver deforma eficiente temos de viver com a informação adequada", e também da 'Teoria Matemática da Comunicação' de Shannon.

A estupidez é um bloqueio na habilidade de receber, integrar e transmitir novos sinais rapidamente. Programas genéticos, se não forem corrigidos por novos imprints, podem gerar este tipo de "cegueira aos sinais de informação": o comportamento genético‚ mecânico, inconsciente, não é passível de ser corrigido pelos circuitos de retro-alimentação dos centros nervosos superiores. A enculturação (se identificar os mapas de realidade tribais com a realidade) pode também gerar esta cegueira aos sinais: os sinais não consistentes com a mitologia tribal são reprimidos, ignorados,recobertos com projeções ou distorções, até que se amoldem aos mitos locais, ou simplesmente são esquecidos muito rapidamente.

Os primatas domesticados, como os selvagens, desejam principalmente que um MACHO ALFA os liderem. Quanto mais esta figura vier a se aproximar do arquétipo primordial, isto é: o babuíno mais mal encarado e mais temperamental do bando - mais fervorosamente os outros primatas o seguirão. Isto explica a aparentemente inexplicável ascensão ao poder dos tipos evidentemente sub-humanos de Mussolini, Nixon, Stalin, Hitler. A lógica primata é: "se ele é assim tão ruuuuim" no sentido em que a palavra "ruuuuim" é utilizada dentro da comunidade de uma favela, "ele irá fazer os bandos de primatas competidores fugirem com os rabos entre as pernas.

Depois de encontrarem um macho alfa para liderá-los, os primatas domesticados então buscam um bode expiatório a quem culpar pelos seus problemas. Eles agem desta maneira porque a resolução de problemas exige inteligência, e existe muito mais estupidez do que inteligência neste planeta. Os primatas domesticados não são otimistas no que se refere a resolverem os seus problemas, que lhes parecem insolúveis no seu estado confuso atual, situados como estão entre os reflexos mamíferos e a consciência objetiva. É mais fácil para uma mente estúpida culpar alguém pelos seus problemas.

A função principal do macho alfa num bando de primatas domesticados é a de encontrar denunciar e liderar a perseguição de tais bodes expiatórios, sejam eles internos ou externos.

Para os primatas selvagens, assim como para os outros mamíferos, as emoções funcionam como sinais de emergência, mobilizando a energia para as situações de "ameaça", ou seja, aquelas que desafiam a territorialidade ou o "status" na hierarquia do bando.

Para os primatas domesticados, as emoções servem tanto para desempenharem as funções acima, como também para as duas novas funções tornadas possíveis pela existência do novo cérebro, e pelas suas capacidades de simbolização. Estas duas novas funções, são:

1. Combater o Tédio.
2. Ganhar Status ou Poder.

Primatas selvagens, assim como os outros mamíferos não possuem defesas contra o tédio. Eles simplesmente vão dormir quando nada estimulante está acontecendo. Isso também funciona como uma estratégia evolucionária interessante na medida em quem impede que o animal se meta em complicações: você se torna muito menos visível a um predador quando está imóvel do que quando em movimento; você tem menor probabilidade de enfiar as suas patas ou focinho num vespeiro, etc. Os primatas domesticados aprendem a imitar os seus parentes, uma habilidade que foi transmitida pelos hominídeos ao longo de milênios, como usar as emoções para fugirem ao tédio.

A única outra maneira de espantar o tédio num complexo primata tal como a humanidade é a de aumentar a consciência e a inteligência. Isto parece não entusiasmar muito o primata ordinário, que prefere inventar jogos emocionais (novelas, grandes espetáculos dramáticos), para manter a vida estimulante. Os escritos de Eric Berne e os dos Analistas Transacionais estão dedicados principalmente ao estudo e catalogação destes jogos emocionais ou "chupetas".

Entre os primatas domesticados, as emoções também conferem status e poder. Isto quer dizer que a pessoa mais emocional num bando "domina" todas as demais: os outros devem reagir de acordo com as emoções dele ou dela ou então fugir, retirando-se completamente do local.

Quase todas as crianças começam a aprender esses jogos emocionais estereotipados ou "chupetas" de parentes ou irmãos mais velhos, a partir da idade de dois anos. Elas então experimentam com estas táticas de poder (política mamífera), até que tenham aprendido como ganhar vantagens (vitórias simbólicas) pelo método da chantagem emocional. Muito poucas crianças aprendem, dos parentes, professores ou de alguém mais, as técnicas da solução racional dos problemas.

Dos itens 1 e 2 se conclui que neste planeta primitivo a maioria das pessoas irá tentar lidar com os seus problemas de forma simbólica, pelo jogo das emoções, e relativamente poucas pessoas irão saber como resolver os seus problemas de modo racional.

A estupidez sendo parcialmente genética e parcialmente adquirida pela enculturação parcialmente pela imitação de jogos emocionais para a aquisição de status, é altamente contagiosa. O elemento mais estúpido de um grupo inevitavelmente arrasta todos os demais para o seu nível. Tentar discutir com uma pessoa emocional é frustrante porque é inútil; a única maneira de "negociar" com elas, além de escapar da situação, é desafiar o seu jogo emocional com um contra-jogo ainda mais forte. Normalmente este novo jogo é denominado de "culpa".

Uma vez que o comportamento primata pode ser modificado por nova tecnologia, a única cura para a espécie humana deve ser uma tecnologia que em si mesma aumente a inteligência de maneira imediata e permanente.

Tal tecnologia de aumento da inteligência deve ser hedônica, isto é, deve oferecer um maior prazer aos seus fregueses do que as demais do mercado senão corre o risco de não se espalhar de forma rápida. Quando um tal aparelho de elevação hedônica da inteligência for inventado, os mandantes da sociedade tentarão suprimi-lo, como uma ameaça à estabilidade.

Se um tal aparelho elevador hedônico da inteligência já foi inventado, ele deve ter sido reprimido. Os pesquisadores devem ter sido aprisionados ou intimidados; os seus distribuidores devem ter sido perseguidos com maior vigor do que o seriam assassinos ou ladrões; o próprio aparelho seria denunciado como algo terrível e perigoso em todos os meios de comunicação da massa.

Até que a existência de um aparelho hedônico de aumento da inteligência seja provada deforma totalmente não-ambígua, certas medidas podem ser tomadas para tentarmos minar a estupidez pelo menos um pouco.

A estupidez da biosobrevivência está "imprintada" quase que imediatamente após o nascimento, e é gerada pelo pavor traumático (devido às nossas práticas primitivas de cuidados ao recém-nascido) e assume a forma de uma ansiedade crônica. Esta é epidêmica na nossa sociedade: uma pesquisa feita pelos Serviços de Saúde Pública dos Estados Unidos em 1986 mostrou que 85% da população apresenta algum sintoma de ansiedade crônica, sejam palpitações cardíacas, pesadelos freqüentes ao dormir, tonturas, cansaço fácil, etc. Isto geralmente é acompanhado por uma depressão crônica. Nas suas formas mais extremas podemos encontrar o autismo ou a catatonia, que são decisões biopsíquicas ou celulares de que os seres humanos são demasiadamente desagradáveis para que valha a pena se relacionar com eles, ou então, podemos encontrar a paranóia, a arte sutil de encontrar inimigos em todos os lugares, principalmente entre os nossos melhores amigos.

A estupidez da biosobrevivência causa tanto stress no organismo e tanta alienação dos demais seres humanos, que ela cria a estupidez em todos os outros circuitos igualmente e portanto, previne o desenvolvimento de um alto nível de inteligência em qualquer circuito.

A estupidez da biosobrevivência pode ser aliviada pela prática de vários tipos de artes marciais (aikidô, karate, kung-fu, etc.), pela prática de "asanas", a técnica iogue de manutenção postural por longos períodos de tempo todos os dias; pelos "movimentos Gurdjeffianos" ou então por alguma psicoterapia eficiente. A prática do "asana" e as psicoterapias demoram mais tempo para surtirem efeitos, porém podem ser necessárias nos casos mais agudos.

A Estupidez Emocional‚ é "imprintada" quando a criança está aprendendo as "políticas familiares" pela primeira vez (jogos de hierarquia mamífera). Tipicamente, a vítima é confrontada com todas as situações problemáticas possíveis de serem resolvidos nas relações inter-pessoais com algum jogo emocional estereotipado, por exemplo: um mau humor prolongado, uma explosão emocional, "depressões", uma tendência ao alcoolismo, ameaças de suicídio, gritos, berros, quebrar coisas na tradicional coreografia de um primata frustrado, e muito mais. Um ou outro desses reflexos emocionais robóticos podem ser reconhecidos em cerca de 99% da população.

A estupidez emocional pode ser aliviada pela respiração iogue, conhecida como "pranayama" ou pelas técnicas de Gurdjieff de estabelecimento de um "Observador" que monitora os reflexos emocionais, isto é: os torna "conscientes" ao invés de "mecânico". As técnicas de "pranayama" produzem resultados mais rápidos, enquanto que as técnicas Gurjeffianas produzem resultados mais permanentes.

A Estupidez Semântica‚ "imprintada" quando a criança mais velha começa a lidar com palavras e (artefatos abstratos produzidos pelos centros cerebrais superiores depois que a linhagem se separou da espécie dos primatas). A forma mais persistente de estupidez semântica consiste na confusão do mapa de realidade local (tribal) com o todo da Realidade. O Dogmatismo, sistemas ideológicos rígidos e mapas bizarros da realidade(esquizofrenias ideacionais) também abundam. A cegueira simbólica, que vai desde o analfabetismo até ao analfabetismo matemático ou artístico, é também muito comum e frequentemente encontrada naqueles que são extremamente habilidosos em algum campo estreito de símbolos (especialista), por exemplo: o pintor que não sabe sequer o que é uma equação quadrática ou o cientista que não consegue ou não se motiva a ler poesia, etc.

A Estupidez Semântica pode ser aliviada por uma dieta rica em lecitina e proteína, por cursos de atualização e reciclagem em leituras, e no método científico e pela prática da Semântica Geral.

A Estupidez Sócio-sexual‚ imprintada quando o DNA desencadeia a mutação em direção à puberdade. Ela consiste na repetição robótica de um papel sexual estereotipado, geralmente acompanhado por uma firme e profundamente enraizada convicção de que todos os outros demais papéis sexuais são anormais ("loucos" ou"maus) O único alívio para a estupidez sócio- sexual que temos atualmente à disposição são as várias formas de psicoterapia, sendo que as formas de psicoterapia de grupo ou dos Encontros são as mais eficientes.

O alívio ou a cura total destes quatro tipos de estupidez produziria seres humanos que se aproximariam da definição idealística dada por Robert Heinlein no seu "Tempo Suficiente para o Amor":

"Um ser humano deve ser capaz de trocar uma fralda, de planejar uma invasão, esquartejar um porco, projetar um edifício, manobrar um navio, escrever um soneto equilibrar orçamentos, construir um muro, reduzir uma fratura, confortar os agonizantes, cumprir ordens, dar ordens, cooperar, agir sozinho, resolver equações analisar um novo problema, revolver estrume, programar um computador, preparar uma refeição saborosa, lutar eficientemente e morrer galantemente".

Grosseiramente falando, se você puder desempenhar 14 dos 21 programas de Heinlein você liberou 2/3 da sua inteligência potencial e, portanto é 2/3 de um ser humano. Se você pode apenas lidar com sete delas, você é apenas 1/3 do ser humano. Resultados acima de14 significam que você provalvemente é um gênio e certamente sabe disso, enquanto que resultados abaixo de 7 significam que você provavelmente é um imbecil e que certamente não sabe disso (isto é, que você está convencido de que não é um imbecil, que o mundo na realidade é um lugar terrível para se viver e a sua inabilidade em lidar com a realidade é fruto mais da malignidade do mundo do que devido … sua própria estupidez)

Uma forma rápida de testar a inteligência, e que também indica a trajetória do seu desenvolvimento, é "Se o mundo lhe parece estar cada vez maior e mais divertido a cada momento que passa, então o seu quociente de inteligência está aumentando sistematicamente" se o mundo lhe parece estar cada vez menor e cada vez mais ameaçador, a sua estupidez está aumentando sistematicamente.

Lembre-se do provérbio Sufi:
"Existe Conforto Na Estupidez".

quinta-feira, 26 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Para Entender a Internet (Se Você Não For Muito Burro, claro)


Aparente o negócio surgiu assim nonada. Juliano Spyder estava de bobeira na Campus Party, em meio aquele zoológico geek e teve o insight, que tal convidar cada um desses malas para escrever um pequeno texto sobre o assunto que mais dominam, de uma maneira clara que qualquer um, mesmo sem ter muita familiaridade com a Web, possam entender. Bem assim, bem no clima de massificação da Internet e da proliferação das lan houses como ponto de encontro das classes menos favorecidas. Assim, surgiu o livro Para Entender a Internet que, apesar deste título cretino, eu altamente recomendo.

Diz a lenda que foi fácil pra caralho. Em tempos de projetos colaborativos, a galera produziu sua parte mais animada que abelha em tampa de xarope. Em uma semana o livro estava pronto. Demorou um mês pra estar disponível o PDF apenas porque o Juliano achou tão fácil que resolveu convidar outras pessoas, que não estavam na festa, para ampliar ainda mais o leque das questões abordadas.

O livro é composto por vários capítulos escritos por evangelistas das novas mídias. Cada um escreveu sobre os babados que mais manjam. Por exemplo, Edney Souza, o Interney, um dos blogueiros mais conhecidos do Brasil hoje, é quem escreve sobre blog. Soninha Francine, vereadora, maconheira, atual sub-prefeita em São Paulo, escreve sobre internet e lei eleitoral. Fábio Seixas, um dos brasileiros mais seguidos no Twitter, fez o texto sobre micro-blogging. Sérgio Amadeu, ativista encardido do software livre, escreve sobre pirataria online. Ronaldo Lemos, um dos ativistas brasileiros mais conhecidos e respeitados internacionalmente, seja lá o que isso signifique, explica o que é o Creative Commons. E por aí vai a merda toda.

Eu vou colar aqui pra vocês, tal qual uma amostra grátis, um dos capítulos que eu achei mais interessantes do MEU ponto de vista. Desconfio que faço isso a um certo tempo, mesmo sem saber que tinha um nome pra isso. Não seus viados, não estou falando de malacologia, mas sim de Bridge-Blogging, ou Blogagem-Ponte.

Bridge-Blogging


Bridge-Blogging, ou Blogagem-Ponte, é o nome dado à atividade de blogar de modo a criar uma ponte entre dois grupos ou espaços distintos, geralmente pinçando conteúdos produzidos pelo primeiro grupo e agregando a eles material que permita a sua compreensão aos leitores pertencentes ao segundo grupo. A delimitação destes grupos ou espaços pode ser de natureza regional, social, cultural, linguística ou técnica, no caso de comunidades técnicas específicas, e frequentemente mais de uma destas diferenças existe entre os dois grupos entre os quais se realiza esta ponte.

O alcance virtualmente ilimitado que nos é dado pela Internet nos dá a impressão de que da sala de nossa casa ou de uma cabine de LAN-house podemos ter acesso a todos os conteúdos produzidos em todo o mundo e que estejam disponíveis na rede. Salvo bloqueios causados por censura governamental ou organizacional aos conteúdos disponíveis na rede, como é o caso da Great Firewall of China ou da proibição do acesso ao Orkut em muitas empresas, não estamos enganados ao pensar que todos os conteúdos nos são virtualmente acessíveis. Por outro lado, uma grande quantidade destes conteúdos pode estar sendo gerado em línguas que não falamos, ou por pessoas que assumem que seu público terá conhecimentos, paradigmas culturais e noções de contexto que nos podem ser alienígenas. Isto se torna particularmente verdade quando falamos das blogosferas globais.

Uma das principais características dos blogues é a linguagem direta e espontânea, sem preocupações formais e de contextualização, com que são escritos. Desta forma, quando eu, brasileiro razoavelmente informado, de classe média e com o domínio de no máximo dois idiomas além da língua pátria, tento acessar os blogues de Bangladesh, me deparo com uma série de problemas. Antes de mais nada, não falo bengali, uma das línguas mais frequentemente usadas na região. Posso, contudo, encontrar por lá alguns blogues que sejam escritos em inglês, uma língua que, até prova em contrário, domino razoavelmente. Mas mesmo vencendo a barreira da língua, nada me garante que eu conseguirei entender os fatores culturais e contextais nos quais o blogueiro está envolvido ao escrever sua blogada. O resultado é que, mesmo que eu entenda do que diabos meu colega bangladeshi está falando, certamente perderei boa parte da mensagem por não saber a quê ele se refere quando cita algo de conhecimento corrente para um leitor de seu país, ou quando faz um link para algum outro endereço que esteja escrito em bengali.

Uma situação semelhante, embora de outra ordem, pode ocorrer quando eu tento participar de uma rede de blogues de astrônomos em meu país. Posso, a princípio, pertencer ao mesmo contexto linguístico e cultural dos blogueiros, mas estou longe de dominar os mesmos conhecimentos que eles, e certamente não entenderei patavinas do jargão que usam para se comunicar entre si. Em tempo, patavinas quer dizer "coisa nenhuma" nas gírias usadas por meu pai, que acabei absorvendo.

Para permitir que os leitores globais consigam atravessar estes abismos existentes na rede, existe o trabalho do bridge-blogger. Este abnegado blogueiro, que porventura domina os conhecimentos linguísticos, culturais, técnicos e contextuais relativos aos dois grupos, irá pinçar conteúdos dos blogues de um grupo e citá-los, quando necessário traduzindo-os para a linguagem do segundo grupo, em sua blogada. Irá então incluir nesta mesma blogada todas as contextualizações e esclarecimentos necessários para que, usando o exemplo do parágrafo anterior, eu, um blogueiro brasileiro, possa entender as blogadas de meus colegas bangladeshis sobre a última onda de atentados e tensões fronteiriças com a Índia que assola seu país.

Um bom exemplo, entre tantos exemplos notáveis, desta atividade de bridge-blogging é o trabalho realizado pelo observatório de blogosferas Global Voices Online (http://www.globalvoicesonline.org). O Global Voices, que se propõe a observar e amplificar as vozes das blogosferas globais, conta com uma equipe de mais de 150 autores localizados nas mais diversas regiões do mundo, versados cada um em seus idiomas e conhecedores cada um de suas realidades regionais e culturais. Estes autores realizam então um trabalho de compilar as conversas correntes em suas blogosferas regionais ou linguísticas, produzindo artigos para o observatório Global Voices Online, nos quais citam as referidas blogadas, traduzem o conteúdo das citações, e contextualizam o leitor desconhecedor daquela realidade a respeito dos assuntos e situações abordados.

Estes conteúdos, compilados no observatório em língua inglesa, são então retraduzidos pela grande equipe do projeto paralelo Global Voices Lingua para mais de 16 línguas distintas, completando este intercâmbio de vozes e informações entre as mais diversas regiões e culturas. Desta forma, um leitor de língua portuguesa pode, ao acompanhar o site Global Voices em Português, atualizar-se sobre os recentes conflitos em Madagascar pelo ponto de vista dos próprios blogueiros daquele país, que relataram em seus bloges aquilo que estão vivendo em sua língua natal malgaxe. Isto se torna possível graças ao trabalho de bridge-blogging realizado pelas equipes Global Voices Online.

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Agora me digam, o meu texto sobre Individuacionismo, não é uma ponte entre os Centros de Estudos Junguianos e as redes sociais de ativismos libertários diversos? Perguntei pro Daniel Duende se era e o puto não se respondeu. Limitou-se a descer o sarrafo na minha crítica do Los Hermanos.

PS.: Como sou mala, vou fazer uma crítica aqui. Achei que pra ficar realmente afudê, o livro tinha que ter um introdução ou conclusão na forma de um texto mais profundo, mais analítico, escrito por um Alexandre Matias da vida (é o nome que me ocorre no momento, talvez existam outros ainda mais capazes) contextualizando todos os capítulos na grande revolução que a web representa.

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O livro pode ser baixado aqui.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Eu quero que o cú de todos o membros incluindo os roadies do Los Hermanos e Radiohead pegue fogo e que o caminhão dos bombeiros tenha gasolina!!!

Eu nunca ouvi um disco dos Los Hermanos e nem do Radiohead.

Ouvi, inevitável, por aí. Vi clipes. Li techos de entrevistas.

Já tenho opinião sobre eles. Ela é: a única coisa que me interessou foram seus primeiros hits, “Creep” e “Ana Júlia”, hoje renegados pelas bandas.

É possível que existam pérolas incríveis perdidas pelos seus álbuns. Não vou procurá-las. A vida é curta. Você já ouviu Fred Astaire cantando “Let’s Call the Whole Thing Off”?

Tenho amigos que gostam dos grupos. Tentam me convencer que eu não devia perder esse festival em que Radiohead e Los Hermanos se apresentarão. Tobrigado.

O fato de ambas as bandas terem fãs apaixonados não quer dizer nada para mim. Tá cheio de gente por aí que é fã do papa Bento 16. Eu não vou gastar meus ouvidos com os sermões de Herr Ratzinger por causa disso, ou procurar sabedoria nas entrelinhas de suas epístolas.

Não me atrai o rock progressivo abrasivo do Radiohead, nem o estilo camundongo epilético de Thom Yorke. A estratégia de botar o álbum na faixa na internet, pague quem quiser e quanto quiser, foi isso: estratégia. E boa. Mas só.

Descobrir que eles exigiram trocar copos de plástico por recicláveis (“feitos à base de coco, são até comestíveis”, explicou a responsável pelo bufê) no backstage do show de hoje no Rio, para “reduzir o impacto ambiental” da apresentação, só aumenta minha implicância. Quantos milhares de copos de plástico serão utilizados pela platéia?

Quanto aos barbudinhos, que dizer? Los Hermanos faz MPB supostamente intelectualizada, para universitários ensimesmados, sem alegria, humor ou hormônios, mal composta, cantada e tocada.

“Ana Júlia”, a “Camila” deles, traz a assinatura do produtor e mestre hitmaker Rick Bonadio, o que talvez explique a exceção. Bonadio depois chamaria os caras de “playboys da Barra da Tijuca”, o que talvez explique o visual desleixado/planejado.

É a banda menos rock’n'roll que eu consigo imaginar. Se bem que Marcelo Camelo, 30, voltou outro dia ao noticiário por namorar Mallu Magalhães, 16. Assumir o lado papa-feto até que é bem rocker da parte dele.

As entrevistas dos Hermanos são de cair para trás. Eles se posicionam infalivelmente do lado errado. Às vezes o tiro sai pela culatra.

Marcelo Camelo uma vez criticou em entrevista o Charlie Brown Jr. por participar de propagandas de refrigerante. Chorão encontrou o cara num aeroporto, chamou Los Hermanos na chincha, xingou, socou o nariz de Camelo. Pediu desculpas depois, por escrito. Camelo processou, pediu indenização por “danos morais e ressarcimento de compromissos cancelados”, Chorão teve que pagar uma grana. Hei, Marcelo, resolver tretas pessoais na justiça é feio. A vida tem consequências. Sabia?

Os robôs que tocarão os teclados de “Robots” no show do Kraftwerk têm mais sangue nas veias que Los Hermanos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Uma História de Pescador



Eu queria falar da crise. Mas o post anterior me deixou meio que de coração mole e nessas circunstâncias, falar de apocalipse generalizado não é uma boa idéia. Então vou comer pelas beradas contando uma história triste. A história da falência da Islandia, aquela ilhota lá perto da Groelândia que já nos brindou com Björk e Sigur Ros. Trata-se de uma história épica, dramática, uma das mais incríveis dos nossos tempos, pois era considerada pelo, IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, o país mais desenvolvido do mundo. Era, fudeu, perdeu playboy, não é mais.

A Islândia praticamente não tem recursos naturais, como dá a entender seu nome, que quer dizer "terra de gelo". Sempre viveu de pesca. Por isso, culturalmente, sempre esteve imersa na cultura de pescadores. E o que seria essa cultura de pescadores? Homens ousados, apostadores, acostumados a enfrentar a morte. Mulheres pacientes, sempre esperando, sempre se preocupando.

Não que a Islândia seja um país machista, nada disso: como em outras terras nórdicas, as mulheres lá são independentes, tem direitos respeitados. Mas, por lá, homens e mulheres são bichos diferentes, quase rivais. Homens praticamente só andam com homens, e mulheres com mulheres. Tanto é assim que o Partido da Independência, que estava no poder quando a crise pegou, praticamente só tem homens. Já a oposição, o Movimento da Esquerda Verde, é quase que apenas de mulheres.

Por séculos e séculos o país foi um canto meio esquecido do mundo, pobre e com uma vida bem comunitária, onde todo mundo conhece todo mundo e o capitalismo não "pegava". Aí, nos anos 1970, os peixes começaram a rarear. Era o primeiro sinal de um desastre ecológico: com os peixes diminuindo, os pescadores iriam investir dinheiro para comprar redes maiores e barcos mais rápidos, as populações de peixe iriam cair mais ainda até que o país inteiro quebraria.

O governo então teve uma idéia que na época parecia brilhante: privatizar os peixes. É assim: se uma empresa pescava em média 2% dos peixes do país, ela receberia um papel dando a ela o direito a 2% dos peixes dali para a frente. Todo ano, o governo estabeleceria uma cota de peixes que poderiam ser pescados e cada empresa teria que se contentar com uma porcentagem fixa dessa cota. Assim se desestimularia a competição e os peixes não acabariam.

Os pescadores começaram então a comercializar esses papéis que davam direito aos peixes. Daí às empresas de pesca virarem bancos (que nada mais são do que empresas que vendem, compram e emprestam papéis) foi um pulo. Assim surgiram três grandes bancos islandeses. Aí, em 2003, o governo masculino do Partido da Independência começou uma reforma liberalizante para finalmente abrir o país à globalização. E os bancos, cujos donos eram pescadores, de repente viraram globais.

Viraram também os bancos globais mais agressivos do mundo: suas taxas de juro eram tão fantásticas que atraíram clientes de toda parte. Os bancos alemães puseram 21 bilhões de dólares em bancos islandeses, holandeses puseram 305 milhões lá, os suecos 400 milhões. Investidores britânicos enfiaram mais de 30 bilhões naquela máquina de fazer dinheiro. Os bancos islandeses, com tanta grana, cresceram pacas - a maior expansão do sistema bancário na história da humanidade. E contrataram um monte de gente para ser banqueiro de investimento.

Muitos desses novos banqueiros eram ex-pescadores, amantes de riscos, inimigos da prudência, que ficaram satisfeitíssimos em trocar tempestades, ondas gigantes e água gelada por ternos bem cortados, salários mastodônticos e ações que pareciam fadadas a subir para sempre.

Aí de repente o sistema quebrou, e a grana toda evaporou. De repente, cada um dos três grandes bancos tinha dívidas maiores do que o PIB do país inteiro. Hoje calcula-se que cada homem, mulher ou criança islandês deva, per capita, 330 000 dólares.E foi assim que a crise dos peixes dos anos 70 virou uma crise financeira em 2008.

Quando as pessoas dizem que a crise pela qual estamos passando, no fundo, é uma crise ambiental, não é só modo de falar.

Enquanto isso, ex-banqueiros islandeses pensam em arrumar emprego em barcos pesqueiros.

terça-feira, 17 de março de 2009

Sabedoria Infantil


Por acaso, um curioso livro caiu em minhas mãos essa semana. Trata-se do Dicionário do Humor Infantil, de Pedro Bloch. Algumas passagens quase me levaram a urinar involuntariamente nas calças, de tanto rir. Outras quase me levaram as lágrimas. Digo quase porque vocês sabem bem que sou muito macho, ora xongas. Outras são quase tiradas que poderiam ter sido proferidas pelo Mestre Nasrudin. Outras ainda, poderiam muito bem estarem no Principia Discórdia. Como sou praticamente um Francisco do Assis em termos de bondade para com os escassos leitores que perdem seu tempo aqui, fiz uma coletânea das frases que achei mais significativas. Fiquei tão tocado que até resolvi ilustrar o post com uma foto de minha infância. Sou o galeguinho folgado do fundo, à esquerda está minha irmã e à direita, bem, à direita está minha prima, que muitas coisas me ensinou, como bem podemos notar.



A galinha tem pintinhos, bananeira tem bananas e família tem televisão.

A floresta é um lugar onde mora o lobo, quando não está na casa da vovozinha.

Aprendi que mundo quer dizer limpo, pois imundo quer dizer sujo e mundinho é só apelido de Raimundo.

Música é uma coisa que faz muita falta quando o rádio está sem pilha e o som está sem tomada.

Namorado é uma pessoa que tem medo do claro.

Não sei porque na reza só se pede pão nosso. Na minha eu peço bife com batata frita e até sobremesa.

Baleia é um peixe enorme, deste tamanho assim, só que não é peixe, é mamífero.

Piano é um instrumento. Alicate também é. Dá pra entender?

Pinóquio é um boneco de pau, com cara de pau e, se não tivesse nariz, não saberia mentir.

Político é um programa de TV que não deixa ver novela.

O prato que eu mais gosto nem é prato, é camarão no espeto.

As pessoas teimam o tempo todo em dizer que sou teimoso.

O professor de matemática agora deu pra falar de botânica. Alguém aí conhece uma árvore de raiz quadrada?

Rapidez é uma coisa que eu tenho. Quando alguém grita não faz! eu já fiz.

Rede é uma porção de buracos, amarrados com barbante.

Reflexo é quando a água do lago se veste de árvores.

Rock é uma coisa super legal. Você ouve a música, não entende a letra e nem sabe o que está dizendo pra uma pessoa que dança com você e que não está ouvindo. É o maior barato!

Mamãe não deixa eu sair porque o sol está quente. E ela queria o quê? Sol frio?

Amarelo é a cor do sol quando não está vermelho.

A Terra era uma bola de fogo que foi girando, girando, girando e aí deu a pré-história. Sacou?

Tristeza é uma coisa que só dá na gente, quando a gente não sabe onde perdeu a vontade de rir.

Vaga-lume é um bicho que pensa que é estrela.

Vento é ar com muita pressa.

Verdade é uma coisa que a gente diz e que o nariz não cresce.

Vizinho não é só uma pessoa que mora ao lado, mas também uma pessoa que nunca acaba de pregar um quadro na parede.

A minha escola maternal não presta, só tem analfabeto.

Quando a gente acende a luz, pra onde vai o escuro?

Espaço é mais ou menos assim: você sai da Terra na espaçonave, depois sobe até a Lua. Aí dobra pra direita e encontra o espaço. E, se o espaço não estiver lá, você cai direto na terra e quebra a cara.

Demolição de prédio é construção de terrenos.

Quando o Brasil foi descoberto os índio também estavam descobertos. Estavam nus!

Eu cresço, mas tenho sempre a minha altura. Porquê?

Coisa é uma palavra que serve pra qualquer coisa.

Chuva é água que sobe, sobe, sobe e a gente só vê quando desce.

Cabelo é uma coisa que serve pra gente não ficar careca.

Cemitério é o aeroporto dos mortos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Eu não posso mudar o futuro, tudo está acontecendo ao mesmo tempo


Essa frase aí do título foi pronunciada pelo Dr. Manhatan no gibi do Watchmen e tem porofundas conexões com o post anterior. Não vou assistir o filme e nem vou falar do gibi, tem GENTE DEMAIS fazendo isso na web de uma maneira muito melhor do que eu seria capaz de fazer, não vou acrescentar mais redundância na Internet, vou apenas postar o link pra vocês baixarem.

Aqui ou aqui ou aqui ou aqui

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sobre Deuses, Relógios & Garranchos

Agora, com esse blog novo e com o simples fato de não aparecer delinquente escrito ali, na barra de endereços, me sinto mais livre pra falar de qualquer assunto. Não me peçam explicações para isso, é assim e pronto. Agora me sinto livre pra falar sobre qualquer merda. Ontem por exemplo, chegou pelo correio um envelope enviado pelo Reverendo Beraldo. Ele continha um zine que ele me enviou para distribuir nas escolas secundárias e um papel manuscrito. Do zine, falo outra hora, quero discorrer agora sobre o manuscrito. Não sobre o conteúdo, mas sobre manuscritos mesmo.

Na época em que morava no Recife, eu e uns amigos de MSN, se não falha a memória além do escriba aqui, Geo, Tio Jimmu, Cinco e o João Paulo, resolvemos criar uma espécie de confraria, onde trocaríamos correspondência da maneira ortodoxa: cartas escritas a mão e enviadas pelo correio. Escrevi uma pra Geo e pro Cinco, que são casados e dividiriam as atenções da missiva e uma pro Tio Jimmu. A Geo respondeu, uma carta muito simpática, diga-se, mas o PUTO do Jimmu respondeu no outro dia, por e-mail. E assim nossa confraria acabou.

O Cinco me contou que praticamente entrou em pânico diante do papel branco em sua frente na hora de escrever sua resposta. Fazia tantos anos que ele não escrevia a mão, que simplesmente não saía, estava travado, sentindo um terror pantagruélico de que batesse uma caimbra terrível a ponto de ele ser hospitalizado e acabar perdendo o emprego recém conquistado.

Tio Jimmu, em outro e-mail, desculpou-se dizendo que também não se sentia muito a vontade em escrever a mão, numa desculpa bem menos dramática do que a do Cinco. Então fiquei pensando, será que a escrita, a caligrafia e tudo mais se encontra em vias de extinção? Eu ficaria muito triste se isso ocorrer, pois comigo os textos saem muito melhores quando escrevo a mão e praticamente só escrevo assim. Tenho pilhas e pilhas de cadernos lá em casa, cheios de originais e vazios de originalidade.

Além do texto fluir melhor, escrever a mão pra mim é um passatempo e falo isso de uma maneira bem literal. Quando estou miseravelmente entediado e o tempo não passa, costumo escrever. É impressionante como não vejo o tempo passar. É como se eu estivesse possuído por Fotamecus.

- Fotamecus? Que caralho é Fotamecus?
- O que? Eu nunca falei de Fotamecus pra você? Nossa, que cagada de minha parte!

Fotamecus é um deus recentemente criado pelo pessoal da Magia do Caos para fazer frente ao linear Cronos, que até então administrava o tempo impunemente. Pois Cronos, seus problemas começaram! Dizem que Fotamecus é mais generoso com aqueles que divulgam seu santo nome.

Pois Fotty, ói eu aqui fazendo minha parte!

Baseado no comentário do Marcelo Seagal acerca do post das abelhas, onde ele simplesmente arriou as calças dos meus argumentos, constato que temos pessoas de ciência aqui nesse muquifo, logo, devo ser um pouco científico ao falar merdas do tipo elasticidade do tempo. Pois bem, também sei ser mala e vou discorrer um pouco sobre esta questão.

Toda vez que, na Cloaca Central da Existência que é o seu trampo, você olha pela janela aquela gostosa passar e lamenta com seus culhões que ela nunca será uma realidade na sua vida, que sirva de consolo que nem ela, esta visão paradisíaca, é a realidade, o mundo real.

Aquela gostosa é apenas uma imagem gerada pelo seu cérebro apartir de sinais enviados pelos seus órgãos dos sentidos. E que sinais! nénão? Ela é uma reconstrução que o cérebro faz, a partir de certos pressupostos implícitos que ele tem a respeito de como o mundo deve ser. Como se processa essa reconstrução?

Antes de mais nada, o cérebro produz o espaço, ou melhor, a espacialidade, e o tempo, ou antes, a temporalidade, que funcionam como uma estrutura de referência dentro da qual ele poderá situar as representações dos objetos. Observe que enquanto o que existe no mundo exterior seja um contínuo quadridimensional onde tempo e espaço não se distinguem, dentro de nossas cabeçinhas tempo e espaço são duas sensações completamente distintas. Inclusive são processadas em áreas diferentes. A espacialidade, no hemisfério direito. A temporalidade, no hemisfério esquerdo.

E tem mais um detalhe, oxalá o mais importante pra elucidarmos o tema em debate, que seria, a grosso modo, o mudus operandi de Fotamecus. No continuo quadridimensional exterior a nossa cabeça, espaço e tempo são estáticos. Somente em nossas cabeças o tempo anda, e o pior, enquanto Cronos apitava sozinho, de uma maneira linear.

Quem descobriu esse bug foi Albert Einstein em sua Teoria Especial da Relatividade. Para construir seu formalismo matemático e chegar a ela, Einstein utilizou um conjunto de equações conhecido como Transformações de Lorentz, nome extraído de seu criador. O que as transformações de Lorentz fazem é converter as coordenadas da geometria euclidiana, composta por apenas três dimensões, para um sistema de coordenadas de quatro dimensões, no qual o papel da quarta dimensão é desempenhado pelo tempo.

Quando você olha a tezudona pela Janela de Sua Senzala, seu cérebro faz o inverso das Transformações de Lorentz, convertendo um sistema de quatro dimensões para um de três. Voltamos assim, aos braços de Euclides. A dimensão que se perde nessa putaria é o tempo. Para corrigir essa cagada, o cérebro simula ( veja bem seu cuzão, simula! ) a dimensão temporal através da sensação ( veja bem de novo, seu bosta, uma sensação! ) de temporalidade, que, de acordo com estudos das neurociências e da cronobiologia é baseado nos ritmos corporais, sobretudo o coração.

Nessa hora, entre os leitores mais atentos, deve surgir essa dúvida: por que o cérebro precisa fazer toda essa ginástica? Não sei. Provavelmente devido a um contingência evolutiva mamífera, questão de sobrevivência, embora aqui eu esteja meramente especulando. Seria interessante se fossem feitas mais pesquisas científicas nessa área, que até agora só tem sido explorada pelos místicos. E é justamente nessa área que o deus Fotamecus atua. Uma vez que, de acordo com Grant Morrison em seu manifesto Magia Pop deuses são estados mentais, nada mais de acordo de que seja possível que Fotamecus trabalhe no hemisfério esquerdo, onde o simulacro do tempo é criado.

Uma experiência que nunca fiz e que talvez fosse interessante, seria observar se existe alguma diferença em termos de elasticidade do tempo quanto ao tipo de texto que eu escrevo, isto é, se é um texto poético, onde o hemisfério esquerdo está dando as cartas ou um texto mais intelectual, racional, onde o direito comanda.

Não sei se esse texto que concluo aqui neste parágrafo é poético ou racional, o que sei que a manhã passou rapidona tal qual um neutrino adentrando a atmosfera terrestre e vou almoçar muito agradecido a Fotamecus e porque não, ao Reverendo Beraldo, que traduziu o texto sobre ele para nossa língua lusitana e ainda me enviou a deixa pra começar a escrever essa merda toda. Obrigado Fotamecus. Obrigado Beraldo e um sincero pedido de desculpa a você leitor, que perdeu seu preciso tempo ilusório lendo tudo isso.

PS.:Tú tá achando que eu mudei de assunto de uma maneira um tanto rude, né seu verme? Mas saiba que as primeiras formas de escrita, surgidas em priscas eras la na Suméria, pictóricas e hieroglíficas, eram consideradas sagradas. Os sumeróglifos ancestrais representavam divindades. Até o alfabeto, que supostamente substituiu a pictografia por sinais abstratos puros, esconde sua própria origem mítica que reaparece nos sigilos dos Magos do Caos, nos abedecedários infantis que "significam" várias coisas e nos empolgantes caracteres criados pelos únicos artistas dignos de nota em nossos dias: os geniais pichadores de rua. Então, nem mudei tanto de assunto assim, apenas fiz mudanças de perspectivas. Não sejamos tão aristotélicos, rapazes. Ziguezagueemos!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Bee Movie - A Fuga das Abelhas


Por conta da necessidade de regularizar meu CPF, semana passada tive que acertar as contas com a Justiça Eleitoral, pois a oito eleições que não voto nem justifico. Coisa de anarquista encardido misturado com vagabundagem e desleixo. Na hora do almoço, antes de ir ao TRE, uma abelha torrava desavergonhadamente minha Imensa & Oceânica paciência até ser sumariamente executada pela dona do estabelecimento. Saindo dali, no ponto de ônibus do Cabral Portão, eis que uma lazarenta de uma segunda abelha, voando distraidamente em busca do pólen seu de casa, quase entra dentro da minha narina. O ponto ficava a uns quatro quarteirões do restaurante, será que uma membra do enxame veio vingar a morte da colega na pessoa errada. Confesso, fiquei impressionado e até meditei a respeito do ônibus. Ao descer no Parolin, caminhando mais faceiro que ganso em taipa de açude, senti um troço no braço e qual não foi minha surpresa em constatar que era uma abelha. Uma terceira abelha na sequencia sincrônica. E me picou a filha da puta! Aaaah eu fiquei muito brabo, eu fiquei brabo pra caralho!

Mas passou. Vão-se os ferrões, ficam-se as picaduras, Ui. Mas porque eu tô contando essa merda pra vocês? Ah sim lembrei. Estava eu vadiando na Internet no trampo quando chegou pelo correio a confirmação enviada pela Receita Federal de que meu CPF estava regularizado e que agora sim eu poderia estufar o peito e dizer:

- Eu sou um cidadão brasileiro, porra!

Guardei a confirmação no bolso esquerdo da minha calça, tinha acabado de ler um post do blog do pessoal do Jardinagem Libertária, dei um look nos links do blog e zap! fui parar no blog Guerrilheiros dos Jardins. Achei o nome insanamente engraçado, sem maldade com os caras, claro. Então, se você não está sentado sente-se (e quem leria um post desse tamanho de pé, seu merda?), e leia esta maldita sincronicidade de efeito retardado com seus próprios olhos:

Notícia do portal Terra.

O misterioso desaparecimento de milhões de abelhas nos Estados Unidos tem deixado os apicultores do país muito preocupados. O problema já chegou ao Congresso americano, que debaterá nesta quinta-feira a situação do inseto, tido como essencial para o setor agrícola.

O curioso desse fenômeno é que, em muitos casos, não são encontrados "restos mortais" das abelhas. "Historicamente, quando algo afeta os enxames, há muitos insetos mortos", afirmou May Berenbaum, professora de entomologia da Universidade de Illinois. Outro mistério é que as abelhas operárias fogem deixando para trás a rainha, um comportamento totalmente atípico na espécie.

Os primeiros sinais desse problema surgiram pouco depois do Natal, na Flórida, quando os apicultores perceberam que muitas abelhas haviam desaparecido. Desde então, a síndrome que os especialistas batizaram como Problema do Colapso das Colônias (CCD) reduziu em 25% os enxames do país.

"Perdemos mais de meio milhão de colônias, com uma população de cerca de 50 mil abelhas", disse Daniel Weaver, presidente da Federação de Apicultores dos Estados Unidos. Segundo ele, o problema atinge 30 dos 50 estados americanos.


Como muita gente possui muitos motivos pra desconfiarem de uma notícia postada por mim, vou mostrar a fonte aqui ó:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1513645-EI299,00.html

Não sei vocês, mas eu achei essa parada bizarra pra cacete. Será que elas acharam que a vida dos americanos com o Obama seria melzinho na chupeta e que desta forma elas teriam que trabalhar full time? Como MSN nos proporciona a possibilidade de pentelharmos qualquer um de nossos amigos mais estimados na hora que bem entendermos e das formas mais insensatas imagináveis, mostrei o linque pra Thais e começamos a especular.

Aquecimento Global? Mudança da polaridade do campo magnético terrestre? A Thais declinou em favor dessa segunda hipótese aí, eu, como sou daqueles malas topeiras que sempre que os americanos se fodam de estrelas e listas, falei de eminência de um desastre natural. Terremoto, vulcão, tsunami duplo em ambas as costas, qualquer coisa assim ou se possível pior.

- Mas Ari Timpin de Almeida, baseado em que tu tá sugerindo uma sandice dessas?
- Baseado naquela história de que muitos animais se salvaram do tsunami do sudoeste asiático fugindo para locais mais altos.
- Será que eles sentiram o tremor de terra, por serem mais sensíveis.
- Pode crer, seria a explicação mais científica para o fato. Só que as explicações científicas são em geral mais feias e em particular, nem sempre acertam. Não gosto delas e ponto.
- O que então.
- Premonição, sexto sentindo, paranormalidade.
- Ah, não força Ari, eles não tem consciência a esse nível.
- Será?

Devolta ao corpo do texto, repito. Será?

Para os cientificistas, guardo cá comigo uma enorme batata quente. Certo, lá no Ceilão os animais podem ter sentido o tremor de terra e picado a mula, mas e na vila de Juan de Grijalva, no Estado de Chiapas? Lá aconteceu o seguinte. A galera dormia calmamente ao som da chuva quando ouviram o barulho causado pelos animais. Eles fugiram para um terreno mais alto. Munidos de rifles e armas de fogo, alguns moradores foram atrás dos fugitivos e ao chegarem na colina avistaram seu vilarejo ser soterrado por uma colina que desabou devido a chuva. Quem ficou em casa, naturalmente, se fudeu, dezesseis no total.

Tú tá achando que é mentira, né seu viado? Táqui o linque então, seu mala:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u343351.shtml

Nesse caso, a explicação de sentir o tremor não cola e se eles analisaram a quantidade de água precipitada pela chuva, cruzaram com suas observações a cerca da composição do solo e a inclinação do terreno e decretaram o fuja lôco, então esses animais deveriam ser importados pelo Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina, não é possível. Me permitam aqui uma digressão, se a Igreja Católica está certa e aquilo tudo for mesmo verdade, a santa Catarina, a santa mesmo, não o estado, deve estar meio Low Bat e com as ações em baixa na Nasdaq, não é mesmo?

A questão é que essa paranormalidade no mundo animal já foi estudada por alguns pesquisadores mais atentos e mais ripongas. Aqui mesmo em Curitiba, o professor e pesquisador Reginaldo Hiraoka defende a tese de que os bichos possuem sexto sentido muito mais apurado que os seres humanos por se manterem mais em contato com a natureza. Ele conta que iniciou seus estudos com animais após perceber determinados comportamentos em seu próprio cão e depois de trabalhar, entre os anos de 1996 e 2001, no setor de responsabilidade técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR).

Em 2002 realizou uma pesquisa com 120 estudantes de Biologia, onde aplicou aos mesmos uma série de perguntas, e descobriu que 85% deles relatavam já ter verificado no dia-a-dia algum tipo de fenômeno ligado à parapsicologia envolvendo animais. Descontando os maconheiros contumazes do grupo, mesmo assim isso dá um percentual respeitável.

Vou passar o microfone pro próprio professor Reginaldo nos brindar com seu Carisma & Simpatia:

- No CRMV-PR, eu ouvia relatos diários de profissionais que comentavam sobre comunicações extra-sensoriais mantidas pelos animais. Um dos mais interessantes que chegou a meu conhecimento ocorreu em uma clínica veterinária de Curitiba. No local, todos os cachorros se recusavam a entrar em um determinado consultório. Quando eram levados ao lugar, choravam, latiam e precisavam ser puxados para dentro, sendo que o mesmo não ocorria em outras salas. Curiosos, os responsáveis pela clínica resolveram fazer uma pesquisa sobre o histórico do imóvel que ocupavam e descobriram que, justamente no local onde os cães não queriam entrar, havia ocorrido um assassinato alguns anos antes. Então, chegou-se à conclusão que, de alguma forma, os animais podiam sentir o que havia acontecido, se recusando a entrar no ambiente.

Historias assim pipocam as pampas por aí. Durante a segunda guerra, soldados percebiam que gatos se afastavam de acampamentos onde costumam circular momentos antes de os locais serem atacados por tropas adversárias. Desta forma, começaram a suspeitar que os felinos eram capazes de sentir a aproximação dos inimigos, se deslocando para outros locais como forma de autodefesa. Muito perspicazes esses soldados, muito embora menos que os gatos, claro. Inclusive recentemente autoridades do Sri Lanka cogitaram usar animais no sistema de alerta de terremotos e tsunamis. Naturalmente que isso só foi cogitado, pois uma idéia louca dessas costuma causar ataques de risos histéricos em câmaras legislativas.

O pai da Teoria dos Campos Morfogenéticos, Rupert Sheldrake escreveu um livro sobre o tema com o desajeitado título Cães Sabem Quando Seus Donos Estão Chegando (em inglês é pior ainda: Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home). O autor afirma que os animais possuem poderes telepáticos a ponto de se comunicarem com seus donos. O meio em que essa comunicação se dá, seria justamente atrevés dos campos mórficos.

Segundo ele, campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais -como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes- e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afinidades é que são responsáveis pela comunicação telepática.

Só que a teoria de Sheldrake não se limita apenas a este aspecto, ela é bem ampla e vou aproveitar a deixa e falar dela um pouco mais aprofundadamente com vocês, bem ao gosto do Reverendo Peterson, que aprecia uma profundidade. A melhor introdução ao tema é a fábula do centésimo macaco. Vamos a ela.

Era uma vez duas ilhas tropicais, habitadas pela mesma espécie de macaco, mas sem qualquer contato perceptível entre si. Depois de várias tentativas e erros, um esperto símio da ilha “A” descobre uma maneira engenhosa de quebrar cocos, que lhe permite aproveitar melhor a água e a polpa. Ninguém jamais havia quebrado cocos dessa forma. Por imitação, o procedimento rapidamente se difunde entre os seus companheiros e logo uma população crítica de 99 macacos domina a nova metodologia. Quando o centésimo símio da ilha “A” aprende a técnica recém-descoberta, os macacos da ilha “B” começam espontaneamente a quebrar cocos da mesma maneira.

Não houve nenhuma comunicação convencional entre as duas populações: o conhecimento simplesmente se incorporou aos hábitos da espécie. Este é uma história fictícia, não um relato verdadeiro. Numa versão alternativa, em vez de quebrarem cocos, os macacos aprendem a lavar raízes antes de comê-las. De um modo ou de outro, ela ilustra como seriam esses famigerados campos mórficos. Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes.

Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Da mesma forma que você não vê os campos magnéticos, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados. A analogia termina aqui, porém. Porque, ao contrário dos campos físicos, os campos mórficos de Sheldrake não envolvem transmissão de energia. Por isso, sua intensidade não decai com o quadrado da distância, como ocorre, por exemplo, com os campos gravitacional e eletromagnético. O que se transmite através deles é pura informação. É isso que nos mostra o exemplo dos macacos. Nele, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.

Só que o cara é mais foda ainda e diz que esses campos não atuam só em organismos vivos. Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório - diz ele -, não existe nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se. Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar, maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.

Eu pessoalmente acho essa teoria do caralho e viajo muito com ela. A Lulis diz que eu viajo muito com qualquer coisa, mas enfim. Um dia, num embate retórico com Janos Biro, em que discordávamos mutuamente um do outro, discutíamos de toda a informação para o desenvolvimento de um organismo biológico estava toda contida na molécula do DNA ou vinha de outro lugar. Como explicar que um aglomerado de células absolutamente iguais, dotadas do mesmo patrimônio genético, dê origem a um organismo complexo, no qual órgãos diferentes e especializados se formam, com precisão milimétrica, no lugar certo e no momento adequado?

Janos, naturalmente apostava suas fichas na molécula e eu, obviamente, queria outra explicação mais bonita e carinhosa. Então me me veio o insight, a informação está nos campos mórficos e o DNA é apenas uma espécie de antena. Eu sou foda, nénão? Inclusive já encontrei até neguinho usando os campos mórficos pra explicar os arquétipos de Jung. Se procurar bem, acha de tudo nessa internetona véia sem porteira.

Só que essa teoria, infelizmente, não explica o caso das abelhas fugitivas. No caso foi desonestidade de minha parte mesmo, fazia tempos que eu queria falar dela e não encontrava uma deixa. O que alertou os animais no sudeste asiático, em Chiapas e provavelmente nos Estados Unidos deve ser uma outra força, um outro campo, o que eu quero dizer é que ele deve estar. A ciência, com seu método científico, não consegue dar conta de todos o fenômenos existentes na natureza e a predominância do cientificismo na nossa sociedade contemporânea gerou tudo isso que está aí.

Espero que esse longo post pelo menos faça você pensar um pouco e usar a sua imaginação pra solucionar o enigma das abelhinhas. Imaginação de Ponta meus companheiros, é a ferramenta ideal pra sairmos da sinuca de bico onde nos metemos. Imaginem, seus merdinhas, imaginem!!!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Crítica do Discordianismo Puro

Eu sou chato & Você é chato.

Quem disse isso foi um cara que não é chato. Seth Godin, o marketeiro número um da Internet. Certo, ele estava se referindo principalmente ao gerenciamento de Marcas & Produtos, mas não só. Ele disse: Se você não está discutindo seus produtos, seus serviços, sua causa, seu movimento ou carreira, a razão é que você é um chato. E provavelmente é um chato de propósito. Porque é mais seguro. Seus produtos (ou suas idéias) são chatos porque você faz o que o mercado (ou seus amigos, ou seus leitores, ou até mesmo suas convicções) quer ou espera. Ser notável custa tempo & emprenho, mas o mais importante: ser notável custa a coragem de errar.

Quem mantém um blog deveria saber quando está sendo chato. Eu mantenho (ou mantinha?) e admito que estou sendo um chato. Não 100% do tempo, espero, mas a maioria, com certeza. Se eu fosse realmente notável, o delinquente.blogger seria um dos blogs mais influentes da da blogosfera brasileria e sabemos que não. Bom, sou chato, mas não sou burro.

Mas sou mala. Tenho lá minhas suposições sobre o que é um texto que presta, quem é a aundiência do blog e o que ela espera. Procuro os textos mais impactantes, contanto que eles tenham o mínimo risco de afugentar o leitor fiel. Os posts sobre os assuntos que o máximo de leitores do blog possam se interessar. Aposto no seguro, covardemente.

Reconhecer que se é chato já é um começo, logo, começei. O pior chato é o que não se enxerga. Eu quero mudar o horror!, vou fazer experiências aqui no muquifo do Abraão. E logo na estréia, não é foda? Bora então, senta que lá vem a história.

Era um vez um post no delinquente ponto blogger que continha um capítulo de um livro de C.G. Jung. Como faz anos que bato de frente com Janos Biro sobre questão materialista e principalmente sobre a crítica dele com relação ao simbolismo, mandei o texto por e-mail e propus um debate. Compartilho com vocês aqui a resposta que obtive.

Olá

Quer dizer que você ainda está vivo. Que coisa.

Ari, eu não aprecio as tensões dialéticas, por mais que eu não consiga evitar um debate, não agrada ter que participar de um. De fato, me incomoda. Lembra do senhor Miagui? Ele é um mestre de caratê que odeia lutar. Como eu.

E eu não tenho muito que discutir com Jung. Não sou um iluminado, para mim não me importam as luzes da razão humana. Aqui está um cara dizendo que há uma parte desconhecida da mente, e ao mesmo tempo fala dela como se a conhecesse melhor que ninguém. E se eu não me apego a essa tese, é porque tenho medo do que é novo. Ao contrário, me parece que a síndrome mais marcante da modernidade não é a neofobia, mas a neofilia. A modernidade é uma reação à tradição, e por isso talvez o nosso caro amigo Jung ainda pense que seja uma coisa terrível desconfiar das maravilhas da ciência moderna.

Não estou discordando da sua tese central. O que eu penso é que se há uma mentalidade típica da sociedade tecnocrata, esta inclui como valor central a inexistência de verdades, partindo do pressuposto cartesiano que devemos duvidar de tudo. Eu duvido disso. Eu creio em verdades profundas, transcendentais, bem fundamentadas e consideravelmente estáveis. Se eu não cresse, eu estaria patinando no gelo. Você diz que não há nada pior que uma convicção, mas não coloca isso em dúvida. A falta de orientação pode ser pior.

Janos


O puto deixou o Tiro Na Boca Com Muito Amor & Carinho por último. Um discordiano de presto soltaria uma gargalhada na frase anterior, a das Verdades Profundas e nem repararia na frase final, as gargalhadas impediriam, tal qual um ponto cego. Mas é aí que está o Grande Abacaxi Cósmico que vou propor que descasquemos.

Nós, discordianos, caoístas, leitores de Robert Anton Wilson, Lúcio Manfredi e quejandos, costumanos nos gabar com muita pompa que não temos crenças (toda crença é uma prisão), mas sim, olha que style, meta-crenças. No entanto um questionamento se faz necessário. O que ganhamos com isso? Não somos dogmáticos, logo, estaremos sempre longe de fundamentalismos vãos e da fila para vagas de homens bomba. Certo. Nosso intelecto estará sempre aberto a novos conhecimentos, posto que não descartamos idéias conflitantes. Certo também. Nos divertimos muito com a tosquiçe dos proprietários de convicções, rará, otários, nós somos superiores. Certo?

Certo? Hã? Se eles são uns otários, não seríamos nós um bando de babacas pedantes?

Vou mudar o formato e até mesmo o enfoque da pergunta para tentar deixar mais claro o ponto em que quero chegar e o desafio que quero propôr. A ausência de configurações nos torna pessoas mais Felizes & Realizadas?

Vou ser franco aqui, ficamos posando de Sétimo Circuito enquanto na verdade estamos chafurdando num lamaçal de terceiro circuito. Não basta apenas uma compreensão intelectual do conceito de meta-crença. Assim sendo caímos naquilo que nosso tão estimado Nietzsche, o Bigode, alertava. O conhecimento pelo conhecimento que não leva a nada além do vazio absoluto, o niilismo em sua forma mais perniciosa. Enquanto não realizarmos uma mudança de consciência, não seremos pessoas Felizes & Realizadas & Cools. Uns Coolzões, no máximo.

Mas a premissa inicial era deixar de ser chato, não é mesmo? E tem coisa mais chata do que um reclamão, que reclama, reclama, reclama e não apresenta nenhuma proposta? Pois bem, já cheguei no ponto em que queria chegar, então agora vou propôr o desafio que falei antes.

Uma vez Marcelo Adnet, no seu Quinze Minutos da MTV citou uma anedota antiga em que, discutindo os méritos e deméritos do funk carioca com um conhecido, ouviu essa jóia:

- Pessoas que gostam de funk são mais felizes.

Com essa frase em mente, observe uma micareta. Ou então um pagode em uma laje qualquer. As festas de peão boiadeiro e seus bailões sertanejos. Uma gafieira regada a brega rasgado. Assista um DVD do Tchê Garotos. Mas sempre com a frase do Adnet em mente, apenas trocando o funk pelo rítmo observado. Robert Anton Wilson costumava dizer que era saudável ler artigos com visões políticas e ideológicas diferentes das nossas, beleza, só que considero esse exercício fácil de mais, pois ele lida com o intelecto, sempre mais maleável, ainda mais que temos posse do conhecimento da existência das meta-crenças. Com música a coisa se complica, pois ela lida com as emoções de segundo circuito.

Pois bem, após essa introdução inicial, vamos ao desafio propriamente dito. Escolha seu ritmo, estude-o e baixe os discos mais relevantes e durante um mês escute somente ele. Escute bastante, coloque que em seu mp3 e escute no ônibus, no caminho de casa ao trabalho ou escola, faculdade, o que seja. Decore as letras, em seu quarto tente dançar. Pesquise na net informaçòes sobre os cantores ou bandas. Conheça o assunto em profundidade. Durante um mês, a cada fim de semana, frequente baladas onde tocam esse ritmo.

Esse exercício é interessante porque além de mexer com as emoções de segundo circuito, numa dessas, quem sabe, de repende, vai saber, numa dessas baladas você pode conhecer alguém totalmente fora de suas expectativas, ser surpreendido por essa pessoa e dar uma boa chacoalhada no seu quarto circuito.

Eu por exemplo estou fazendo isso com música sertaneja, para o infortúnio de meus colegas de trabalho. Começei assim, toda a tarde faço meu prézinho de sertanejo no trampo, ouvindo 101.5 Clube FM aqui de Curitiba e vou anotando o nome das duplas e as músicas. Depois baixo os discos, ponho no meu MP3 e vou escutando no caminho de casa enquanto leio meus Nietzsches e Jungs nos buzuns que pego, são três. Vocês não imaginam a experiência sensorial que é ler Aurora ao som de Hugo Pena & Gabriel.

Já sou até fã de alguns, tenho minhas preferências. Guilherme & Santiago, Mateus & Cristiano, César Menotti & Fabiano, Gino & Geno. Claro, não precisa ouvir tudo, afinal, gosto de rock e nem por isso gosto de Snow Patrol ou Death Cab for Cutie. Nem com o caralho, mas nem fodendo vou escutar um disco do Daniel. Quer dizer, fodendo, dependendo da mina, talvez. Mas de livre e espontânea vontade, nem a pau. Chitãozinho & Chororó eu também não tchuns.Mês que vem vou comprar a indumentária pra causar mais nas festas, chapéu, cinto maneiro, botas estailes e um jeans invocado. Se pá até conto os resultados aqui pra vocês.

O que vocês acham, faz sentido isso tudo ou estou mais uma vez miseravelmente viajando na batatinha?